PORTUGUÊS, EU TE AMO!
Muitas coisas aconteceram esta semana em relação à minha planejada viagem de bicicleta ao redor do mundo … em primeiro lugar, decidi começar a escrever em inglês uma versão de cada post publicado a partir de agora (há um site bilíngüe sendo feito, mas por enquanto vou postar nos dois idiomas). Esta é a maneira que encontrei para difundir em todo o mundo as minhas experiências com esse projeto e, após a partida, através do percurso.
É difícil para mim escrever em uma língua estrangeira, e será ainda pior quando for tentar gravar o meu próximo vídeo, tendo que falar alto em inglês, mas tenho que tentar de qualquer maneira … Quero que minhas palavras atinjam o máximo dos meus concidadãos terráqueos quanto possível.
A má notícia é que quando traduzo o texto que escrevi em inglês para o português (com o maravilhoso Google Translator), o resultado é uma escrita infantil … E mesmo com as devidas correções, o efeito final não é o mesmo do que se eu tivesse escrito diretamente na minha língua … mas esse é o preço a pagar para falar ao mundo todo. E eu acho que é barato. Se fizesse o contrário, escrevendo em português e reescrevendo em inglês, teria de perder tempo demais procurando as palavras e expressões corretas em inglês.
Além disso, hoje reincluí na minha rota planejada três países que havia tirado: Cuba, Japão e Nova Zelândia. Tive de cortá-los porque o primeiro caminho que tinha traçado havia totalizado mais de 100,000 km … é demais. Mas o fato é que quero conhecê-los de qualquer maneira. Estive em Tokyo uma vez, mas quero visitar o resto do Japão (horrível para bicicletas, como eu li).
Tenho tempo de sobra para andar sem rumo, porque decidi dedicar cinco anos da minha vida a este projeto. Vamos esperar que mantenha essa intenção até o fim …
Na terça-feira à tarde, passei quase 4 horas numa agradável conversa com Roberto Maragliano, outro ciclo-turista com muitos quilômetros percorridos em uma bicicleta. Nós nos encontramos no Franz Café, no interior da FNAC Pinheiros, e conversamos muito sobre vários aspectos de uma viagem como a que estou planejando fazer. Ele pretende partir ainda em 2011 para uma viagem na América Latina, e por isso há a possibilidade de que nos encontremos no futuro em algum lugar da estrada.
Roberto viajou com Valdo, nos últimos anos, e me contou histórias encantadoras sobre a sua amizade. Ele acredita que Valdo forçou muito o seu coração nos altos e baixos dos Andes, e que essa foi talvez a causa de sua morte. Bem, isso nunca saberemos com certeza, mas é mais um motivo para eu atravessar os Andes pelo “paso” mais fácil que descobri, por Mendoza.
A outra novidade é que, finalmente, estabeleci uma data para a minha partida: será em 3 de setembro (se Deus quiser). Isso será no final do inverno, assim conto com um clima mais quente em meus primeiros mil quilômetros … quero ir com calma no começo … E, finalmente, recebi uma resposta de Charles Zimmermann (outro ciclo-turista brasileiro que já viajou o mundo) sobre a segurança de andar pela África, uma das minhas maiores preocupações … Ele disse:
“Viajar pela África é uma incógnita. Viajar lá com uma mochila já é uma incógnita. Primeiro, a segurança: sem dúvida, em relação assaltos que somos alvos muito mais lá do que se estivéssemos na América Latina. Minha dedução sobre a viagem lá: Na África, você pode ter o melhor e o pior da sua viagem no mesmo dia. As paisagens são muito interessantes, o por do sol no continente Africano foi o mais bonito que eu já vi “
Então, continuei preocupado em viajar para lá do mesmo jeito … mas
depois eu encontrei o site Take on Africa, de uma menina britânica, Helen Lloyd, que foi de bicicleta de Londres à Cidade do Cabo, na África do Sul. E então pensei: bem, se uma garota pode fazer isso sozinha, eu posso pelo menos tentar. Vamos pensar positivo e seguir em frente. Mandei uma mensagem e já recebi uma confirmação automática. Vamos esperar por suas preciosas palavras. Aliás, adorei um recurso que encontrei em seu site, que permite ao visitante ver o caminho percorrido e a altitude ao mesmo tempo … dê uma olhada nisso: Helen Trip.
Isso é tudo por enquanto, pessoal! Obrigado por lerem.
Capitan, my Capitan,
os seus relatos são tão bárbaros que a cada texto que chega em minha caixa eu abro um sorriso daqueles que nascem do que realmente vale a pena. Obrigada por compartilhar tanta beleza e vida conosco. Nova Zelândia e Japão jamais poderiam faltar em seu roteiro. Fez muitíssimo bem em reincluí-los. Vou te colocar em contato com um amigo meu que viajou de bike por lá em 2009 e que pode te passar uma série de super dicas. A propósito, cheguei a São Paulo na segunda, mas ainda não deu tempo de ver ou falar com muita gente. Você pode imaginar o estado em que me encontro e o corre-corre dos últimos dias, né? Mas assim folgar um pouquinho, ligo para você e marcamos algo. Será um grande prazer. Ahh, boa nova: fui selecionada para a segunda fase do programa de treinamento da Folha. Ou seja, passarei o meu primeiro final de semana em Sampa estudando. Ô causa nobre! Então, lá me vou. Grande abraço e até mais ver.
Boa noite Élcio.
Estou passando para deixar minha palavra de incentivo ao seu projeto. Estou ansioso pra embarcar nessa viajem contigo. Te desejo muito boa sorte e que Deus proteja sempre seu caminho. Que em 5 anos possamos ter você de volta ao Brasil, são e salvo e é claro, cheio de histórias maravilhosas e relatos de como anda nosso planeta por aí. Concordo com a Carolina, especialmente em relação à Nova Zelândia. Não tinho como ficar de fora. Estou torcendo para conseguir a grana necessária lá no Catarse. Não tenho muito, mas contribui com o que é possível.
Grande abraço.
Cristiano, obrigadíssimo pelas suas palavras de incentivo. Um dos pontos mais legais desta aventura é saber que (graças à internet) levo comigo gente bacana como você. O Catarse não virou, por isso você vai receber de volta sua contribuição… se ainda assim quiser colaborar, os dados para depósito estão no site do projeto (www.rodaslivres.com.br) sob a aba “Quero Colaborar”. Mas o mais importante é o apoio humano mesmo, esse não tem preço. Obrigado e vamos juntos. Um abraço / Elcio