É DOMINGO NO PARANÁ
Fazia tempo que não via isso… uma chuva torrencial desabou ontem sobre as almas de Prudentópolis. Após um estio escaldante, eis que por volta das 6 da tarde o vento refrescou, o céu escureceu, raios e trovões tomaram conta e em breve chovia a cântaros. Preocupei-me com a carga atrelada ao bagageiro da magrela: barraca, saco-de-dormir, colchão inflável… tudo sob uma precária garagem nos fundos do hotel. Mas milagrosamente nada se molhou. Foi uma tempestade tão intensa quanto efêmera, diria até de verão não estivéssemos nos primórdios da primavera.
Banhado, barbeado, refrescado e descansado saí para comer algo. Graças aos inestimáveis préstimos da Veralice, tinha direito a duas refeições na Churrascaria Penteado, que logo encontrei. Era cedo e o local, enorme, estava vazio. Fui bem recebido e enquanto assistia aos cozinheiros destrincharem um quarto de boi para ser preparado no domingo, que se avizinhava, servi-me do buffet. Tendo tido antes o cuidado de solicitar uma Antactica Sub-Zero, que ninguém é de ferro. E assim tive um jantar nababesco. Pouco restava a fazer além de voltar à lan-house e concluir os afazeres virtuais. Quando saí, por volta das 22 hs, chovia novamente. Esgueirei-me por sob as marquises até atingir o hotel.
Domingo, acordo às 8 hs mais para não perder o horário do café do que propriamente por vontade de sair da cama. Ligo a TV… pesca, carros esporte. Desligo. O café é farto e logo volto ao quarto para arrumar as coisas. Tenho de mudar de hotel. Toca o telefone, é meu amigo Ricardo Carvalho quem, em 31.10.11 estará lançando a TV Meio-Ambiente, para a qual fornecerei material jornalístico. Ele me promete alguma remuneração, incentiva-me com elogios ao trabalho até aqui realizado e me dá boas idéias. Insiste em que não tenho a obrigação de seguir nenhum roteiro pré-desenhado e que devo saltar países perigosos ou desinteressantes. Fico de pensar na sugestão com carinho. Ele já me ajudara muito ao convencer-me a substituir Câmera Reflex + Computador por um smartphone. Não sei como estaria me virando se tivesse trazido aqueles dois trambolhos caríssimos.
Desço, agradeço aos proprietários do hotel e parto. O outro hotel é duas quadras adiante, na mesma avenida principal, a Av. São João. Novamente, sou muito bem recebido e em minutos está concluída a mudança. O quarto, a mobília são antigos e rescendem a tal. Gosto disso… lembra-me certos aposentos que ocupei nos idos tempos de Europa.
Saio para explorar. Levo meu transmissor SPOT, que exige céu aberto para funcionar. A praça da igreja é um local perfeito… está vazia e tem clareiras. Por falta de um suporte, coloco o aparelho ligado sobre as pedras do calçamento e sento-me num banco a uns 10m para vigiá-lo. Entretenho-me com o smartphone quando aproxima-se um passante. É um senhor humilde, parece um lavrador. Vai passar bem ao lado do equipamento. Fico quieto e pergunto-me como ele reagirá… ele pára, olha e mete um chute. Não acredito… Grito:
– Ei, isso aí não é para chutar, não!
– Ah… eu não sabia o que que era…
Que legal. Nas dúvida, ele mete o pé. Quando recebo no celular a mensagem de que a localização já foi processada, levanto-me e tomo uma rua secundária detrás da igreja. Saio fotografando as antigas casas de madeira. Eu as adoro, são românticas, embora nem todas estejam em bom estado ou tenham sido projetadas com bom gosto. Mas sigo fotografando-as até que a fome retorna. Como ainda tenho direito a uma refeição na churrascaria, concluo que o melhor a fazer é consumi-la agora, porque os demais estabelecimentos estão com as portas cerradas e porque à noite quem estará fechada é a churrascaria. Volto lá e, por ser domingo, o almoço é ainda melhor do que fora o jantar. Muitas familias estão no local.
Após o almoço, por muito já ter caminhado, volto ao hotel para a siesta e agora, 16:30 hs encontro-me numa lan-house baratíssima (R$ 1,50 a hora), coalhada de pimpolhos jogando e um monitor ligado no último volume num jogo que simula uma partida de futebol com perfeição, inclusive com a narrativa na voz do Silvio Luiz. Hoje não choveu, mas não deu para ir às famosas cachoeiras de Prudentópolis, porque a mais próxima está a 12 kms e não há condução. Não quero ir com a bicicleta e correr o risco de ter de deixá-la sabe-se lá onde. Amanhã procurarei a Secretaria Municipal de Turismo e solicitarei um apoio. Estou feliz, graças a uma dica da minha amiga Ilza recuperei grande parte das minhas fotos perdidas. Mas fica o aviso: muito cuidado com o Picasa.
RESUMO CICLÍSTICO:
DATA: 02. Outubro. 2011 / Domingo
LOCAL: Prudentópolis, Paraná (Brasil), ALTITUDE: 840m
POUSOS: 12
TEMPO: Dia pouco quente, nublado. Ameaça de chuva no final do dia.
TEMPERATURA: 13ºC a 24ºC
KMs PEDALADOS HOJE: 0 km
MÉDIA: –
VELOCIDADE MÁXIMA: –
HORÁRIOS PARTIDA / CHEGADA: – / –
OCORRÊNCIAS: nada
TOPOGRAFIA: região montanhosa
CONDIÇÃO FÍSICA: Excelente.
DIAS DE ESTRADA: 30
DIAS PARADO (em reportagem, turismo ou descanso): 20
KMs PEDALADOS ACUMULADOS: 682 km
QUILOMETRAGEM TOTAL PERCORRIDA (inclui ar + mar): 682 km
Firme e forte nessa jornada..
Abraço
Beleza, Ibraim, vamo que vamo. Amanhã tem uma serra no caminho…
Elcio oiii!!!
Não via a hora a ver as postagens da cidade!!! Amei as casas, sou fan delas também!
Na Secretaria fale com a Debora é muito solícita 🙂
Beijo grande e fica com Deus!
Pena que tive problemas com as fotos. Viu como ficaram pequenas?
Parabéns, 1 mês de estradas, pedaladas e pousadas, uma média de 22km por dia. Rumo aos MIL quilometros!
Hehe… de quilometro em quilometro a galinha enche o papo, né Elói? Abração
Realmente as casas são um encanto. Aquele chalezinho azul com as araucárias atrás seria um ponto turístico não fosse a grade de ferro no muro da frente. E por que você tem que colocar o transmissor no chão? Não podia ser sobre um banco da praça?
Casas assim são comuns nesta região do país, Dédo. Portanto acho difícil que venham a ser consideradas pontos turísticos… Quanto ao transmissor… bancos quase invariavelmente estão sob a copa de árvores – e ele exige uma clareira aberta, então às vezes o jeito é colocá-lo no meio do nada mesmo. bjão
Acho que Prudentópolis poderia usar essas casas como atração turística como disse o Dédo.
Fazer parceria com indústria de tintas e demais parceiros para restauração e criar nessas casas que devem ser bastante comuns na cidade, lojinhas, cafeterias, bancas de jornal, presentes, restaurantes .. artesanato local.. imagina que show uma rua inteira desse jeito? 🙂
Vera, essas casinhas são bem legais, mas acho que não há muito interesse em considerá-las turísticas… até porque são comuns na região. bj
Fala Tio! To acompanhando tudo, não perco uma matéria, nem um post! E eu acho que o seu amigo que disse para evitar lugares perigosos ou que não tenha nada de interessante tem razão. Todos estão gostando muito eu estou divulgando mto seu projeto. Não pude deixar de rir quando narrou do homem chutando a camera rs… Deus sempre o abençõe!! Força na careca agora né? kkk
Hehe… não foi a câmera, Flavio (graças a Deus)… foi o SPOT, que é bem mais resistente. Legal que vc tá junto. Quanto a saltar países, é uma sugestão interessante que preciso considerar com carinho. O importante é não ter pressa. Abração, Tio
Maravilha Elcio !! Tô te acompanhando com grande interesse e muita satisfação. Na torcida cada vez maior que você vai angariando em sua trajetoria. Você é grande cara !!
Valeu, Nésio. Tamos todos no mesmo barco, digo, na mesma bicicleta hehe. Abração
Elcio, não estou recebendo mais as atualizações do site por email. Pq será? Bjo
Andréa, não sei… tentei cadastrar seu e-mail mas o software recusou porque já estava cadastrado. Tens algum outro endereço? bj
Estou cadastrando outro email, mas, é bom verificar se isto não acontecendo com todos….
Bjoo
Com todos não, mas com muitos….
Cadastrei outro, mas, é bom verificar se não está acontecendo com outras pessoas…
Bjão
Que e-mail complicado é esse, mulé?
Caramba! As palavras que o Tony ( falaí, Tony, ainda nos conheceremos pessoalmente )transcreveu escritas pelo Amyr são muito, muito bonitas.
É… Não só Mestre Élcio é cultura. Seus comentaristas são também de primeira qualidade.
Elcio também não mais estou recebendo por e-mail seus posts diários.
Não entre em lugares que causem desconfiança não, Arabal. Devagar, com segurança e sempre.
Abração.
Eu já conhecia a frase, por ter lido todos os livros do cara. Compartilho com ele esse desassossêgo… Também acho, que me perdoem os sedentários, mas viajar é fundamental. Abração Zéca
Fiquei de fora varias publicações, cheguei a ficar preocupado, então tivbe a genial ideia de entrar no site, mas antes disso a cousa de regularizou, mas sei que vc não vai ler isso aqui mesmo…
O que achei gozado foi que, parece, a maioria das pessoas que ficou sem os avisos não teve esta genial idéia, Vitório. Serviu para eu ver o quanto os avisos são importantes… abração
Obs.: Eu li e não entendi o porque de vc achar que eu não leria.