A CRIANÇA QUE HÁ EM MIM
Cicloturismo é uma atividade senão estrita, estreitamente ligada ao tempo. Não ao tempo que passa, embora também, mas ao tempo que faz. É díspar o sentimento que se tem em pedalar num entardecer aprazível, sentindo os últimos raios de sol aquecerem-lhe o rosto, daquele de ao alvorecer partir sob um céu de chumbo, acusando no lombo as grossas gotas de um temporal raramente bem-vindo.
E no entanto, pedalar é mister. Ao menos para quem se encontra numa situação símile à minha, disso dependendo para progredir. Amanhã segundo a previsão sem falta choverá. Assim sinto-me constrito a fazer face a este desprazer, de passar o dia molhado até que 78 kms tenham ficado para trás. Mas falemos de hoje…
Não havia viv’alma na cidade às primeiras horas. Por onde circulasse, deparava-me com a mesma cena de ruas abandonadas, calçadas vazias.
A excessão era o ponto onde se localiza o único e recém-instalado semáforo do município, onde a concentração de humanos atingia uns dois ou três espécimes.
Andei a esmo, aguardando soarem as 10 horas para internar-me na lan-house que então abriria. Para entreter-me, entreguei-me ao afã de observar os ônibus que chegavam e partiam da rodoviária. Deles havia os modernos, fazendo a linha Foz do Iguaçu – Ponta Grossa, ou os intermunicipais, mais modestos, ostentando no itinerário nomes como Laranjeiras ou Cascavel.
Quando tal lavor entediou-me mudei de cenário e descobri o mistério da cidade deserta: seus habitantes estavam todos, em peso, ocupando a nave da igreja. Sendo o Dia das Crianças, delas havia por todos os lados, altar inclusive, cantando odes de louvor ao Senhor.
Pensei em quedar-me neste aconchego por um tempo, mas tão lotado estava o local que tive de permanecer à porta. E ali ventava demais. Eram 10 horas, deixei a igreja e fui para o computador.
Após o almoço, vi vários petizes adentrando o ginásio municipal e tal cena intrigou-me. Como chovia, encontrei ali um bom abrigo, sobretudo quando iniciaram-se as partidas de futsal. Muito bem-vindas foram, enquanto ouvia o troar da tempestade lá fora e o golpear constante das gotas sobre a cobertura.
Por fim retornei ao quarto do hotel onde, por falta de opção, adormeci. E à noite saí em busca de algum estabelecimento aberto a fim de nutrir-me. Encontrei uma padaria e pedi um bauru, pois só fui saber que também produziam pizzas na hora de pagar a conta. Agora chega. Foi um dia de encheção de lingüiça, um domingo em meio à semana. A criança que há em mim já não faz questão de feriados como este… teria sido um dia muito mais legal se a cidade estivesse acordada.
Amanhã bicicleta, chuva e Cascavel.
RESUMO CICLÍSTICO:
DATA: 12. Outubro. 2011 / Quarta-feira
LOCAL: Guaraniaçú, Paraná (Brasil), ALTITUDE: 920m
POUSOS: 15
TEMPO: Chuva todo o dia.
TEMPERATURA: 19ºC a 23ºC
KMs PEDALADOS HOJE: 0km
MÉDIA: –
VELOCIDADE MÁXIMA: –
HORÁRIOS PARTIDA / CHEGADA: – / –
OCORRÊNCIAS: nada
TOPOGRAFIA: serras
CONDIÇÃO FÍSICA: Excelente.
DIAS DE ESTRADA: 40
DIAS PARADO (em reportagem, turismo ou descanso): 28
KMs PEDALADOS ACUMULADOS: 922 km
QUILOMETRAGEM TOTAL PERCORRIDA (inclui ar + mar): 922 km
É meu amigo chegou a hora de encarar a chuva, mas vamos torcer que os metereologistas estejam enganados… mas quem ta na chuva é pra se queimar, escolhas feitas colheitas produzidas… cidade fantasma essa hein… dia das crianças e os parques vazios …
Mas é isso ai to aqui acompanhando cada passo seu rsrsrs
“Fé em Deus e pedaladas no asfalto”…
Abç
Gê Cardoso.
Enquanto isso na Avenida Paulista…rsrs
Boa Viagem, q Nossa Senhora Aparecida te faça cia, afinal, se não dá mais pra comemorar o Dia das Crianças, saudemos a santa!
Bjo
Amém nóis tudo =)
Grande Elcio,
cidade interiorana é assim mesmo, mas até o final da sua jornada vc estará acostumado.
Continue firme ai, que estamos firmes aqui, orando e vigiando.
Boas pedaladas amanhã, e continua válida a recomendação de que o ceu não caia sobre sua cabeça.
Abraços
Esperemos que não, Nivaldo. Por Belisama ! =)
Bem meu caro amigo, vou te revelar agora um grande segredo. Nas cidades do interior existe uns lugares chamaodos “rancho”, geralmente ficam na beira de algum rio em torno de uma churrasqueira e de um freezer cheiro de cerveja.Pois é nos ranchos que as pessoas se escondem nos finais de semana e feriados. Vc pode rodar a cidade inteira e nunca vai encontrar ninguém. Depois da missa com chuva ou com sol, com frio ou calor é no rancho que o povo esta.
Não conte a ninguém…
Sacanagem…
A pesar da pequena cidade,um grande exemplo de preservação da natureza,
um jóvem secretário protegendo nascentes e investindo nas crianças e no futuro.Parabens.Siga pedalando
meu caro Elcio que algumas sementes já foram plantadas.
Fico feliz com isso, major. É de certa forma para semear que pedalamos…
Mais um vez você enfrentou um furo no pneu, observe o lado interno do pneu no momento da montagem se não há algum objeto perfurante ( um clipes, fio metálico, espinho..). Isso já me aconteceu e era um clipes de grampeador o vilão da história!
Boas pedaladas, nos falamos adiante.
É Darcio, rola de tudo um pouco…mas aí é que tá o tempero da brincadeira… vamos que vamos
Bom, que a próxima cidade seja mais animada! Pedala, companheiro!
Animou tanto que caí de bunda, Amilcar
Firme Élcio!!!Aos 1000 Km!!!Abração
Pô Enio, o tombo de ontem foi literalmente desbundante… abração
Se vc estivesse rumando ao Norte, estaria próximo à Brasília. Ainda bem que não, a coisa por lá tá bem pior do que estas suas pairagens…Portanto, a partir de agora vc perceberá que tá longe pra C…rs
Fala, Elói. Pois… tá tão ruim que já to até abandonando o pais (brincadeirinha) abração
dai elcio q legal vc ta longe cara e as subidas a rapaziada de jaguariaiva sempre pergunta de vc e estao torcendo muito conhecer vc foi muito importante pois nem um sonho e imposssivel desde q coloquemos ele em pratica muita saude e pedal a frente fique com deus
E a aventura continua, rsrsrs.O Edson sempre pergunta onde vc está e o Flavinho mostra seu paradeiro quando eles estão juntos. Bjsssss.
Beleza, cunhada. Isso é importante para mim. bj
É caro Élcio…aos poucos vão surgindo as adversidade…mas espero que não sejam o suficiente para desanimarem a sua aventura! Força e garra!! Boa sorte!!! Bjs!
É mesmo Diana, A adversidade de ontem, de cair de bunda no chão, nem foi aos poucos. Foi um baita estrago de uma veza só… mas não desanimou nádegas. bj
Xi, já vi que a veia poética do homem é exacerbada em dias melancólicos. Nada que uma pedaladinha de uns 80 km não cure, hehe…
Ufa, que alívio… tinha entendido uma peladinha de 80…
Nossa! Ao ler o título de seu post de hoje, levei o maior susto. “O Élcio está grávido”, pensei!!! Depois vi que não era nada disso…rsrsrs. Brincadeira, Élcio.Só para lembrar que estou te acompanhando “pari passu” aqui pela internet. Abração!
Pô… sacanagem, Zé. Essa loucura desvairada, de sentir as dores do parto, é uma das poucas que não tenho hehe. Mas depois da queda de ontem confesso que estou com uma puta dor na bunda… abração
Oi primo!!! Feliz Dia das Crianças para todos aqueles que ainda deixam aflorar a criança interna que existe em cada um de nós…É deve ter sido um dia intediante mas pensemos que foi necessario para voce recompor suas energias para a grande pedalada de amanhã, um beijo enorme e tome cuidado na estrada !!!
Já superamos e aqui estamos, prima… bj
Quando a maldade do homen se manisfesta, é hora de dar vazão a criança que ha em nos.
Abraço Thenorio.
Aê, Jurinha… filosofou bem, véio
Em todo lugar reparo brinquedos vazios nas pracas e a garotada procurando computador… Quem chega de longe ve a realidade com outras cores.
É verdade, mas devo dizer que quando cheguei em Ponta Grossa a primeira coisa que me chamou a atenção foi um parquinho público que estava lotado (vide foto). Mas era de tarde e fazia um belo sol… não dá prá considerar aquelas fotos de Guaraniaçú, tiradas numa manhã chuvosa, Tony