Projeto Rodas Livres

Até há pouco eu tinha um carro, já não mais.  Então ainda é uma sensação estranha quando entre os lençóis ouço lá fora o troar da tempestade, sabendo que nela terei de caminhar milhares de metros até a clínica de fisioterapia.  Mas até isso é algo com que aos poucos a gente finda por se acostumar…  Chovia aos baldes esta manhã, em Cascavel.

Saí do hotel, munido de minha parca teoricamente impermeável (que gradativamente vai se tornando permeável…) e de plásticos entre as meias e os tênis.

Tudo para gozar da ilusão de que mesmo sob o temporal conseguirei manter-me seco. Anelo vão…  Mas enfrentei com galhardia não só a chuva como os suplícios que me são infligidos diariamente pela Vanessa e pela Patrícia, minhas belas fisioterapeutas.  Que coisa! Outrora lindas mulheres eram fontes de prazer…

Então fui e voltei pela Av. Brasil, ouvindo de várias fontes as tantas músicas que chegavam: nunca um rock nacional, ou internacional, nunca uma boa MPB…  nada que não seja música sertaneja, ou deveria dizer brega?  Mas nada mesmo.

Impressiona-me a paixão desta terra por este gênero.  É só o que ouço.  Adeus Djavan, Caetano, Marisa Monte, Paralamas…  se depender de Cascavel, vocês já eram.

Tendo uma vez mais beneficiado-me da abençoada cortesia do Galetto’s, por graça de sua graciosa proprietária, a Jussara, tratei de dar início aos trabalhos do dia.  À tarde estiou e em breve já me encontrava num veículo, de carona com o Marlon, em direção a uma empresa em Santa Teresa do Oeste, distante uns 20 kms, onde fiz a primeira reportagem.

Tratava-se de uma turbina que gera energia a partir da queda dos grãos, a Turbigrãos.  Genial!

Ali também tive a oportunidade de ver num jornal antigo uma reportagem sobre o projeto, que não havia visto ainda…

E depois, tendo voltado à cidade ainda de carona com o Marlon, fiz a segunda reportagem, com o Ivo, sobre a iniciativa da ONG Amigos dos Rios em plantar orquídeas em milhares de árvores da cidade. Louvável!

E numa outra carona, desta vez com o Adelar, fui conhecer as margens de um riacho onde em breve se criará um parque ambiental municipal.  Alegrou-me constatar o carinho e cuidado que ele tem por esta iniciativa.  Parabéns, Adelar.

Dia corrido, portanto, apesar dos pesares.  Por fim, marquei para amanhã no primeiro horário uma das entrevistas que me comprometi em conceder, para a TV Tarobá.  Assim, desfaço aos poucos as obrigações que me prendem a esta encantadora cidade, que já há 12 dias me dá guarida – recorde inconteste no projeto até aqui.

Embora ferido, partirei. Permanecer em Cascavel implicaria em maiores despesas do que as que já houveram… e a esse propósito quero aqui agradecer de coração o apoio que me foi dado pela Stage Lite, empresa de eventos de meus amigos Ricardo e Rosana, de São Paulo, que oportunissimamente arcou com os custos de uma semana de hospedagem no providencial Grand Prix.  Obrigado, amigos.  Para mim, é um imenso prazer constatar que este projeto, inicialmente meu, aos poucos vai se consolidando como nosso.

RESUMO CICLÍSTICO:

DATA: 25. Outubro. 2011 / Terça-feira
LOCAL: Cascavel, Paraná (Brasil), ALTITUDE: 781m
POUSOS: 16
TEMPO: Chuva forte pela manhã, sol acanhado à tarde
TEMPERATURA: 14ºC a 26ºC
KMs PEDALADOS HOJE: 0 km
MÉDIA: –
VELOCIDADE MÁXIMA: –
HORÁRIOS PARTIDA / CHEGADA: – / –
OCORRÊNCIAS: nada
TOPOGRAFIA: serras
CONDIÇÃO FÍSICA:  Em recuperação…
DIAS DE ESTRADA: 53
DIAS PARADO (em reportagem, turismo ou descanso): 40
KMs PEDALADOS ACUMULADOS: 996 km
QUILOMETRAGEM TOTAL PERCORRIDA (inclui ar + mar): 996 km