CAMINHANDO NA PRANCHA
Sem chuva… isso já é um excelente amanhecer. Tendo conseguido por fim dormir bem na barraca, então, não há o que mais querer. Assim, após o já habitual café da manhã do Hostel Paudimar internetei um pouco e saí para o sol. O destino era a Secretaria Municipal do Turismo, onde pretendia agradecer pessoalmente à Elaine pela ajuda que nos deu em Foz do Iguaçu. Sendo uma segunda-feira véspera de feriado, entretanto, dei com a cara na porta. Foi esta a razão de eu ter me dirigido a seguir para o Terminal Rodoviário Urbano. Lá havia um posto de atendimento ao turista, onde obtive um belo mapa da cidade.
Saí andando, em direção ao shopping center, onde pretendia comprar alguma sandália que viesse a substituir as famigeradas Havaianas Assassinas. Lá chegando, pude constatar que a decoração deste ano prioriza o reciclado. Fundos de garrafas pet pintados compunham o corpo dos enfeites natalícios defronte o estabelecimento.
Shoppings… que viu um, viu todos.
Ainda assim, algo de novo sempre se aprende… por exemplo, nunca havia visto um brinquedo que reúne num palco uma mini-banda esperando para ser acionada.
As sandálias, comprei-as de um formato diferente… tinham pinos que, promete-se, farão uma espécie de do-in solar (na sola) excelente para curar de ressaca a unha encravada.
Mas o que importa mesmo é que por baixo o desenho da “banda de rodagem” é diferente. Quem sabe conseguirei flanar por aí sem me arrebentar no primeiro barro?
Almocei por ali mesmo um chinês, com direito a banana caramelada, e saí de volta às ruas da última cidade do país (a julgar do meu ponto de vista). Nada para fazer até chegar à primeira lan-house do caminho, entreti-me olhando as placas dos carros estrangeiros que há aos montes por aqui… paraguaios (muuuitos) e argentinos (muuuito menos).
E constatando que em poucos lugares do país se pode encontrar numa mesma cena placas indicativas de dois países diferentes.
Na lan-house, de primeiro mundo, diga-se…
… fiquei por não menos do que 4 horas, ao custo de R$ 12,00, tempo necessário para legendar as duas primeiras entrevistas que faço em língua estrangeira durante o Projeto Rodas Livres. No hostel há computadores, mas como levo horas trabalhando, sinto-me constrangido de empatá-los por tanto tempo – sobretudo porque na parede há uma placa com os dizeres “ por favor, se houver alguém esperando para usar a internet use apenas 20 minutos. Obrigado”…
Saiu cara a brincadeira, portanto. Considero um investimento. Na seqüência passei pelo supermercado, para comprar sacos de lixo reforçados, com os quais pretendo vedar hermeticamente parte da minha carga ao partir amanhã, especialmente barraca, saco de dormir, colchão inflável e esteira isolante.
De volta à casa, digo, ao hostel, refugiei-me na cozinha portando um dos dois violões que ficam pendurados na parede da recepção. Nunca toquei bem, mas sem treino consigo tocar ainda pior. Então foi bom quando o Wolney apareceu e mostrou-me um livro que comprara… Era uma ficção por Julio Verne, chamada “Os Conquistadores” e com isso ao invés de má música passei a curtir boa conversa.
A partir de amanhã, nada será como antes. É chegada a hora do salto. Por um lado, uau! Por outro é pena, estava começando a afeiçoar-me com essa zona aqui.
RESUMO CICLÍSTICO:
DATA: 14. Novembro. 2011 / Segunda-feira
LOCAL: Foz do Iguaçu, Paraná (Brasil), ALTITUDE: 164m
POUSOS: 20
TEMPO: Ameaça de chuva o dia todo
TEMPERATURA: 17ºC a 29ºC
KMs PEDALADOS HOJE: 0 km
MÉDIA: –
VELOCIDADE MÁXIMA: –
HORÁRIOS PARTIDA / CHEGADA: -/ –
OCORRÊNCIAS: nada
TOPOGRAFIA: cada vez mais plano
CONDIÇÃO FÍSICA: Excelente
DIAS DE ESTRADA: 73
DIAS PARADO (em reportagem, turismo ou descanso): 57
KMs PEDALADOS ACUMULADOS: 1.306 km
QUILOMETRAGEM TOTAL PERCORRIDA (inclui ar + mar):1.306 km
Elcio: Solidao e para os corajosos,que buscam e sabem esperar,os ganhos acontecem como
o inesperado encontro com o Peter,ouvir dizer que estava ali so para te ver,momento impagavel nao?
Forca ,muita coisa boa vem ai.
Abraco.
PS:p mim Cataratas sempre lembrao Cachoeiras,sabonete Alma de Flores
pode ser subistituido por Heno de Pravia ,na Argentina encontra em qualquer supermercado.
É verdade, Ednete. Saber esperar é uma virtude. Eis um quesito em que sinto que melhorei muito
Elcio vc ja deve ter tido varias experiençias nessa caminhada cara vc ta longe aprroveite para divulgar sas ideias e la se vai o brasil boa sorte de seu amigo e companheiro deus te proteja
Valeu, Fabricio. Graças à internet estaremos sempre próximos.
É, parceiro, como dizem Chico e
Edu no ” Grande circo místico ”
CRIAR RAIZ, E SE ARRANCAR.
Estamos com você, Arába.
No caso, estou arrancando as minhas, Zéca. Não sem dor, como era de se esperar
Olá Élcio,
Boa Sorte fora das nossas fronteiras e espero que lá fora você consiga apoio, como o conseguido em nosso país.
Um abraço
Eu também, Vanderlei, apesar da (séria) limitação do site ser em português apenas
Pedal na estrada, e vai com tudo nesse mundo sem porteira.Leva contigo nossa torcida e sorte que tem te acompanhado.Vai que o mundo é teu…Abração hermano “bródi”!!
Beleza, Leão. Afinal somos todos terráqueos, não é mesmo? Estrageiro eu seria em marte…
Elcio, vá até onde sentir que tá valendo a pena. Sem perder jamais o sentido do que te move nesta viagem, a liberdade. E,se em algum momento sentir que o projeto está lhe aprisionando no propósito de dar a a volta ao mundo, rebele-se. Não permita que ele tire o bem maior que um espírito aventureiro e curioso como o teu pode ter, escolha sempre a liberdade e volte.Volte para seu país, sua terra, seus amigos, os antigos e os novos conquistados pelo caminho (como eu) que te seguem curtindo, chorando e rindo junto contigo , ou de ti, a cada nova postagem, a cada novo relato. Enquanto estiver legal, siga leve, tranquilo, aprendendo e ensinando, conhecendo-se e aprimorando sua relação consigo mesmo, descobrindo na simplicidade da vida novas formas de ser feliz. Não importa quantas cidades ou países tenham sido alcançados,se sentir que a viagem terminou, simplesmente volte. Certamente encontrará por aqui muito mais amigos do que no dia em que saiu lá da Sé. E todos terão comemorarão seu retorno com muito carinho e rock in roll, pois viajando com você também aprendemos e nos divertimos, com a diferença que estando no conforto de nossas casas e escritórios os perrengues sobram todos prá você e não poucas vezes, nos rendem boas rizadas “pque pimenta nos olhos dos outros é refresco”. Que Deus te acompanhe sempre e que os Paraguaios te recebam e acolham bem. Bjo!
OK, Vânia. Lembrar-me-ei disso. Obrigado
Ops!!!
Risada com z é prá acabar…perdoem os erros amigos.
Não quero lembrar que eu erro também (Renato Russo)
Elcio, A Vania tem razao,a aventura e sua e vc faz dela o que vc quiser. Boa sorte na proxima etapa.
A próxima etapa acaba de começar, Joe
Ueba, bora!
Bjo com saudades
Já fomo!
Elcio oiii!!!
Vivemos de escolhas, só vamos saber se valem a pena colocando em prática, nos testando todos os dias, no seu caso, cruzar a fronteira é um passo com uma carga de emoções bastante grande, e lembrando de um amigo que ao me ver insegura pelas coisas que teria de escoher dizia-me: “A ação cura o medo, Vera!” Usei muito desse sábio ditado e a verdade é que o medo faz as coisas parecerem piores do que são, quando vamos caminhando a estrada vai se abrindo, oportunidades vão surgindo, basta ficar antenado ao que te rodeia.
Pense em uma cidade de cada vez, como muitos atletas maratonistas que dividem o percurso em km, vencendo um … se pensa no seguinte, guardando fôlego por que a jornada é longa! Agora vem Ciudad Del Este, concentre-se nela, há de viver experiências lindas, os desafios dessa primeira fase foram te preparando afinal foram 1.300 km percorridos!
Confie em você e conte com os amigos sempre que precisar, tamo aqui pro que der e vier! 🙂 Siga com Deus… Beijo!
Valeu, Vera. Adorei a frase. E concordo.
Camarada Élcio, foi uma satisfação conhecê-lo aqui no Paudimar em Foz. Não tenho dúvidas de que serás bem sucedido na tua empreitada, pois és uma pessoa bem humorada, amável, gentil e que, talvez mesmo sem saber, ensina a importância do abrir-se para o novo e do desprendimento, esse último que sempre tão difícil aos pobres mortais. Forte e fraterno abraço, y que te vaias bien!!
Grande Wolney, valeu professor. Você também é um figuraça de bem com a vida – o que se nota já pelo cabelo heheh. Valeu, brother, dias desses partilhamos uma birra por aí. Abração
Bõa sorte no Paraguai, parceiro, estamos aqui pela Madalena na torcida. abc
Ueba! TKS
Espero que durante sua passagem por las tierras paraguayas, todos os deuses, cristão, incas, quéchuas, tupis, guaranis e outros da América o protejam. Mais uma vez: alea jacta est.
Mañana, yo trabajaré todo el dia, usted pedalará hasta aventuras desconocidas. Qué tal cambiarmos? Buena suerte!
Depende, Augusto… la plata auferida en cada opción está inclusa? hehe
elcio, boa sorte, estarei aqui acompanhado suas pedaladas.
acho que levara o meu parana no coracao! beijos
O seu Paraná e o nosso Brasil, Lica. bj
Sozinho não estarás jamais, em cada país ou continente iremos de garupa.
Fronteiras são apenas marcos geográficos e politicos, que sonhos conseguem romper.
Passaporte, é um pedido de licença, e as aves não os possue.
O universo não tem fronteiras milhões de estrelas emaranhadas.
Esse globo é nosso, irmão.
E o comboio segue.
Abraço.
É mesmo, passarinho não tem passaporte. Sacanagem, né? Tinha de ter…
Boa sorte em sua jornada Mi Hermano!
Adelante, hombre!