EM ROMA, FAÇA COMO OS ROMANOS
Ja escrevi antes sobre do mau-humor. Pois tenho vontade de voltar ao tema. Estou na única lan-house de Mallorquín, tenho um monte de coisas a fazer, inclusive descubrir como legendar os vídeos que já se acumulam, a conexão é péssima (dá tempo de tomar um tereré entre cada clique), o teclado não tem as letras e símbolos de que necesito, o computador reescreve sozinho as palabras que digito (errado, porque pensa em español enquanto eu escrevo em portugués), a televisão está ligada comprometendo meu raciocínio e a vaca de ontem continua mugindo atrás da porta. Não vou conseguir fazer tudo que necesito, as coisas vão se acumular ainda mais e sinto vontade de explodir de impotência diante da situação.
O tablet que comprei não serve de p… nenhuma se não há uma conexão wi-fi disponível. Para completar, há um video que estou tentando subir ao YouTube há mais ou menos duas horas. Preciso resolver no site da TIM como fica meu roaming internacional, mas simplesmente a coisa não anda. Y ahí estamos…
Apesar disso, os dia têm sido agradáveis. Ontem, após um explêndido pôr-do-sol…
… fomos, o Gustavo e eu, tomar uma cerveja, o que me deu a oportunidade de conhecer uma marca local.
E hoje, logo pela manhã fui com o Gustavo a uma escola onde os professores ensinam aos alunos como manter uma horta. Os pimpolins plantam, colhem, comem, vendem e já compraram ferramentas com o resultado do negócio. Além disso levam para suas casas este know-how ali aprendido.
É tão simples quanto genial, para ser aplicado em qualquer escola rural, de qualquer país.
Depois fomos, sempre com sua motocicleta, às sedes de duas rádios, onde concedi entrevistas. Primeiro à Rádio Pueblo…
… e depois à Radio Espiritu Santo.
Dali seguimos para sua casa, onde pude conhecer sua simpática família.
Fui convidado para o almoço, mas como ainda era muito cedo seguimos para o Bar Wilbert, anexo ao Hotel Wilbert, onde me encontro hospedado. E ali ficamos, tomando tereré e apreciando a garôa, que se alternava com curtos períodos de sol.
Há muitas motocicletas em Mallorquin, quase nenhuma tem placa.
Gustavo me explica que emplacá-las é caro (quase um quarto do valor da moto) e só pode ser feito em Ciudad del Este. Ali as motos eram todas emplacadas, mas só porque sem isso não poderiam entrar no Brasil… Comento com ele que, em minha opinião, estes pequenos deslizes contribuem para manter um país no atraso.
Na sequência, paramos para visitar um seu amigo, um simpático e esclarecido médico, que mantém em casa, além de uma grande horta, um belo cultivo de orquídeas.
Chegada a hora do almoço voltamos à sua casa, onde sou prá lá de bem-vindo e convidado de honra para um verdadeiro banquete. A tilapia com batatas, deliciosa, acompanha o arroz com queijo (não comem o arroz solto como fazemos no Brasil), tortillas, salada, pão e pastéis. Como com muito prazer até fartar-me. E todos parecem orgulhosos por estarem recebendo a visita de um jornalista brasileiro.
Fico imensamente grato a esta família simples e hospitaleira pela calorosa acolhida.
Durante o almoço vou enriquecendo meu vocabulário guarani, já que todos à mesa querem me ensinar uma palavrinha ou outra. O guarani no Paraguai está, infelizmente, muito contaminado pelo castelhano… então, para dizer, por exemplo, ¨eu não tenho culpa¨, dizem ¨Nda recoi la culpa¨…
O único ponto aqui que para mim tem sido difícil é que é comum entre eles compartilhar do mesmo copo. Há duas noites, quando estávamos em 5 amigos no bar tomando cerveja, havia dois copos: o meu e o deles. Mas com o tereré não há como escapar: todos partilham da mesma bomba e não fazê-lo seria uma desfeita impensável. Hoje à hora do almoço tivemos um fato que exemplifica bem isso: um dos irmãos do Gustavo colocou à minha frente um grande copo de vinho com gêlo. Eu já havia almoçado e disse ¨Gracias, pero creo que eso sea demasiado para mi¨. Ao que eles riram e Gustavo disse ¨Pero eso no és solamente para ti¨. E então todos à mesa, umas 10 pessoas, confraternizamos tomando vinho em um único copo…
¨Em Roma, faça como os romanos¨ reza o ditado, mas ninguém disse que era fácil.
RESUMO CICLÍSTICO :
DATA: 22. Novembro. 2011 / Terça-feira
LOCAL: Dr. Juan León Mallorquin, Alto Paraná (Paraguai), ALTITUDE: 240m
PAISES: 2
POUSOS: 22
TEMPO: Dia nublado, garôa
TEMPERATURA: 17ºC a 23ºC
KMs PEDALADOS HOJE: –
MÉDIA: –
VELOCIDADE MÁXIMA: –
HORÁRIOS PARTIDA / CHEGADA: – / –
OCORRÊNCIAS: nada
TOPOGRAFIA: plano
CONDIÇÃO FÍSICA: Excelente
DIAS DE ESTRADA: 81
DIAS PARADO (em reportagem, turismo ou descanso): 63
KMs PEDALADOS ACUMULADOS: 1.387 km
QUILOMETRAGEM TOTAL PERCORRIDA (inclui ar + mar): 1.387 km
Dessa do copo eu não sabia! E o caminho aí no Paraguai tem sido muito mais bonito do que eu imaginava! Abração!
Cê vê? A gente sai pedalando da garagem do prédio e vai indo,vai indo… quando vê, acabou fondo
Falaaaaa Tio! Que legal hein…!! Que família bacana, e essa do copo realmente nunca imaginei que existisse isso!! Que o pessoal dividia o copo!! Tá certo, tem que se adptar né? afinal você é o “turista”!! Grande abraço Tio! Está muito bacana mesmo o seu Blog!!
Las costumbres cambian com los paises, mi querido sobrino
A internet de Parelheiros é bem pior que a do Paraguay, raramente vejo alguma foto sua aqui postada, e preciso de uma meia hora para abrir um email, em compensação pago R$ 95,00 por mês, é ou não é uma filha da putice, é ou não é pior que o Paraguay…Bjs.
Caraca. Fueda, hein? És una pena, porque las fotos son la cereja del bolo hehe
“My dear cousin”, em relação aos seus, digamos, desabafos, pra mim são muito bem vindos aos seus textos, pois, penso, aperfeiçoam o entendimento do seu dia-a-dia. Em alusão à Itaipu, não se esqueça: num dia as águas se represam, noutro, libertas, produzem.
Um abç do Chico.
Pancho, vejo que os ares gélidos do hemisfério norte estao fazendo muito bem à sua veia poética. Manda mais…
Oii Elcio!
Você poderia deixar os vídeos ou coisas mais complexas para quando chegar em uma cidade maior com recursos e evitar o emputecimento, pra mim desnecessário e que tira o prazer da sua experiência.
Sua aventura começará de verdade quando você relaxar, se desprender, não está fazendo uma viagem de comparações e sim passando pelas cidades, vivenciando novas culturas e trocando experiências, principalmente humanas.
Ninguem é tão pequeno que não possa ensinar e nem tão grande que não possa aprender 😉
Compre um copo e leve consigo, pronto e se resolve algo que incomoda, pois parece que isso pode se repetir.
Aproveite as diferenças, vida comum você tinha antes dessa aventura… se joga Elcio! 🙂
Fico comovida com pessoas que nem me conhece, nem a você e dão TUDO o que você precisa.
A todos de Mallorquín meu eterno obrigado!
Beijo e fica com Deus 😉
Vera, encaro isso aqui como um trabalho. Diversao sim, mas com método. Se assim nao for, posso esquecer a possibilidade de passar firmeza e convencer algum patrocinador a entrar no barco.
Entao procuro postar os videos à medida que os produzo, senao se acumulam e se defasam. (que é o que ocorre no momento)
Além disso, tenho um compromisso de remessa de reportagens para com a tvmeioambiente.com.br
Quanto a comprar um copo, a questao nao é essa. Jamais poderia sacar de um copo e pedir para que me servissem separadamente. Seria o cúmulo… nénao?
Estou me jogando até muito, acho, o que nao impede quer certas coisas me emputeçam.
bj
Seus excelentes relatos já passam uma nova atmosfera nos textos. Como colegas de profissão e entendendo a dificuldade dos teclados, permita-me corrigir algumas palavras qdo as ler erroneamente? Afinal, todos estes textos versarão as páginas do futuro livro e com tanto material, já não seria a hora de vc começar a escreve-los? Acredito que serão vários volumes…A travessia do Brasil já deu um livro. Gde abraço!
Tudo bem, desde que nao sejam os erros propositais, como las palabras en español quando queria dizer que o computador corrigia à minha revelia o que eu escrevia em portugues hehe. É mesmo, dia desses preciso compilar tudo o que já foi escrito, mas ainda é muito cedo e vai me levar 1 mês parado em alguma praia paradisíaca para fazer isso. Quem sabe no México?
Estou tão feliz em saber que vc continua encontrando pessoas receptivas e dispostas a ajudar. Por enquanto, não está sendo muito diferente do que encontrou por aqui.
Encantada com a simplicidade, da Escola e a horta, da família reunida na mesa te recebendo tão bem. Genial!!!
E deixa a vaca mugir sossegada!
Deixo a vaca mugir sossegada com a condiçao de que ela me deixe raciocinar sossegado rs
Olá Élcio,
Imagine quando estiver no continente Africano…rs
Boa sorte
Cáspita. Acho que vou comprar uma moto quando chegar lá… ao menos atravesso mais rápido hehe
Parece que a rede social está funcionando legal para o seu projeto, inclusive na parte internacional. Menos mal,pois deixa-nos menos apreensivos quanto a sua segurança e subsistência.
Não conheço o Paraguai, mas estive na Bolívia alguns bons anos atrás e achei o povo muito simpático e hospitaleiro.
Preciso aprender a explorar melhor as redes sociais. Inclusive para obter alojamento. Tenho dificuldade em achar tempo para isso… já fico tempo demais na internet.
Elcião meu brother,
Acompanho, me divirto, torço e aumento sua audiência.
Sorte!
Abraços,
Chiquinho
Grande Chico, legal te ver por aqui. Sozinho eu tenho medo hehehe abraçao
É isso aí Elcio…quem disse que seria fácil né! Mas tá sendo divertido, pelo menos para nós que vamos de carona na sua aventura. Eu fico brincando, mas a verdade é que essa diferença cultural e também de ambiente é uma grande dificuldade, eu não aguentaria comer em alguns lugares por aí…não esqueça se a higiene for duvidosa coma mandioca, essa não deve faltar à mesa deles e deve ser menos perigoso uma intoxicação alimentar…isso é uma questão que precisa ser observada para não ficar doente por essas bandas. Fica com Deus. Beijão!
A higiene que encontro por aqui – salvo em algumas casas muito bem asseadas – é a que encontraria em vários lugares do Brasil, Vânia. Vamos evitando o que nao nos convem… y seguindo adelante.
Grande mano!
Tenho um grande amor pelo Paraguai e por esse povo desde criança. Foi do papai que herdei.
Eles têm canções inesquecíveis “Lejania”, “Anahy”, “India”…
O tereré, essa vaquinha.. tudo isso me faz recordar um tempo que nos escapou, quando o Joan Baiarry e eu íamos à chácara do seu Merinho – Homero Thon – e a estrada era escura e disputávamos, por medo, para ver quem ia abrir a porteira que rangia e, chegando na casa do seu Pedro que nos ia ensinar violão, a lâmpada também não iluminava, dependurada em um longo fio ornado de papel crepon com uns cocozinhos de mosquito e ele nos ensinava mi menor si com sétima e mi menor de novo.
Havia um filtro de barro com água de poço deliciooooosa.
Quando voltávamos, o pouco que aprendêramos era tão grandioso que disputávamos quem aprendeu mais. E aproveitávamos para fumar “escondido”. Na estradinha escura, em pleno breu, tocávamos e fumávamos…
Não supúnhamos que, no futuro aquele pimpolho que ficara chorando em casa viesse a nos regalar com tanto prazer como você tem nos tem regalado. Nem conhecermos – como aun no conocimos – a Veralice, esse Vinícius de saia… quato coração, quanta palavra bonita. Flores. Palavras-flores de que delicadamente absorvo o perfume.
E Mallorquin?
Mallorquin! Mallorquin! Un beso a tu pueblo a tu modesta, digna y encantadora hospitalidad.
Muja à vontade, Mimosa, minha doce vaquinha.
Dédao, meu grande brother, tenho razoes para crer nao se tratar de coincidencia o fato de isso ter sido escrito às primeiras horas de uma quarta-feira.
Ou seja, logo após a noite da terça-feira, se é que me entende… hehe
Muito bom. Nao sabia que esse seu amor pelo nosso querido Paraguai era herança do papai. Tb sou filho dele e só estou consolidando minha simpatia pelo país agora, que estou circulando por suas esquinas…
Abraçao
Me dê o endereço da família do Gustavo, por favor.Vou aí. Será um prazer aprender um pouquinho da língua guarani, que – talvez eles não saibam – é um pouco nossa também.
Nao sabem mesmo, Dedo. Estranham quando digo que se fala Guarani no Brasil (e muito). O endereco te passo por e-mail
eso Pedal de Oro, ya pase por eso tener q/tomar no mismo copo, pra no ser mal educado, pero invente una disculpa q/ no podia tomar en copo de vidro por q/ yo tenia alergia al detergente con q/ lavan los copos, mismo q/ esten bien lavados (yo explicava q/ mi medico habia descubierto eso) entonces tomava en copo de plastico descartable, hoy en mis viajes lo hago asi cuando veo q/ no hay mucha higiene por ahi, buena idea da Super VERALICE deixar para una ciudad c/mas recursos, estaremos esperando con mucha comprencion, q/ bom q/ los Paraguayos estan siendo hospitaleros, suseso amigo
Los paraguayos son muchissimo hospitalarios, Atria. Tutto buona gente!
Essa hospitalidade pelo caminho não tem preço , pessoas estranhas te recebendo como um velho amigo , isso é cicloturismo !
De pleno acordo. Como já disse várias vezes, a bicicleta tem uma magia que abre portas
Oi Elcio! Tudo Bem?
Talvez a ferramenta Overstream possa te ajudar a legendar os videos, este programa legenda online no site overstream.net; existe também uma ferramenta online chamada mojiti(mojiti.com).
Espero que tenha ajudado!
Rafa
Baixei o Overstream e vou tentar, Rafael. O mojiti tá fora do ar.
Virei sua fã… acompanho diariamente suas aventuras. E fico aqui torcendo para o final feliz de cada capítulo (heheh).
Obrigado, Marcia. Por enquanto, zuzuazul
Caros colegas de comentarios.
Quando falamos higiene duvidosa ou que há pouga higiene por aí, podemos ofender quem está recebendo.
Temos que entender que é a cultura deles e isso deve ser respeitado.
Cabe ao visitante se adptar ou não, de uma forma que cause o menor constrangimento possivel.
Abraço a todos.
E o comboio segue.
É o que estamos fazendo, mas com dificuldade, confesso
elcio, alem de me divertir, torcer e aprender com voce nos seus relatos, estou adorando seus amigos, familiares e torcedores; adoro ler veralice, seu iramo e seus fa club! e tantos mais juntarao a esse comboio! e vamos que vamos!!!beijos
Pois é, Lica. A internet possibilita essa uniao. bj
VERALICE, gostei de vc, seus conselhos, sua sabedoria teu coraçãozão !
Abraços carinhosos pra Veralice:)
Elcio, pergunte aos paraguaios sobre a Colonia NUEVA GERMANIA, se vc puder incluir no teu roteiro este lugar seria algo bem especial.
Minha mãe nasceu lá, meu avô paraguaio foi juiz de paz desta colonia idealizada por Nietzsche.
Sortesss
Obrigada, são méras sugestões, que parece agradar mais os seguidores do que o seguido marrentinho do Elcio rssss
Abraços carinhosos a você também! 🙂
A Veralice, além de ¨Abridora de Porteiras¨ do Projeto Rodas Livres, é meu Grilo Falante (Pinóquio), que nao me deixa sair (muito) da linha
Pareço boazinha né.. mas devo confessar algo em público 😛 Meu apelido no trabalho é Coronel hahahaha
Hola Elcio, para tu información y también para Betina de Cascavel, la Colonia Nueva Germania queda a 220 Km al norte de la ciudad de Coronel Oviedo. Me parece que está muy lejos de tu itinerario original.
Si… muy lejos. Pero Gracias a Betina por la sugerencia.
Elcio, quería comentar sobre el vaso (copo)común.Esa no es una costumbre en el Paraguay, es una excepción, lo que si es una tradición y común, es tomar el mate o tereré en rueda de amigos y del mismo mate o guampa.
Hehehe… lo que no és el mismo pero és igual, Rafael
Olá Rafael, vc teria mais informações sobre fontes da história (fotos e documentos) e da situação atual da Colonia Nueva Germania ?
Obrigada !
Hola Betina,en internet hay algún material sobre Nueva Germania.Creo que es la forma más fácil y rápida de leer al respecto.Saludos.
Parar um mês numa praia paradisíaca, talves no Mexico… Isso sim é uma perspectiva de futuro que vale um sorriso antes de pegar no sono. Vai ser feliz lá no…no Mexico, pô!
Pois é… o único problema é que é preciso pedalar até lá primeiro… hehe