\\ Blog diário de bordo

30 Nov 2011

O SOL COMO INIMIGO

Bem, então retomando o que deve ser retomado, digo que, sim, iremos alegres e saltitantes ao Brasil, curtir o que deve ser curtido.  Obrigado ao Leitor por ter a atenção de acompanhar esta aventura e de defender o que considera ser o melhor para ela.  Desculpo-me junto a todos que eventualmente venham a sentir-se desapontados, ou decepcionados mesmo pelo fato de eu ter aceito o convite que me foi feito.  Ocorre apenas que vejo as coisas por um ângulo mais aberto…  não quero ser o melhor em nada, quebrar recordes, proceder dentro de rígidos padrões.

Quero apenas tomar umas com os bons amigos, O Leitor incluso se aceitar o convite que ora lhe faço, e rever gente que amo, minha mãe inclusa, embora nada vá compreender.  E depois disso retomar o caminho que me conduzirá a Buenos Aires que, por tudo o que vi, representará uma mudança radical no dia-a-dia do projeto, pois percorre um ermo sem hotéis, casas ou facilidades. Me disseram ser o próprio perigo.  Aguardem!

Quanto à saudável argumentação de que isso pode vir a ser prejudicial à busca de patrocínio, o que digo é:  este site está repleto de histórias tiradas do cotidiano de uma aventura, pleno de reportagens úteis campeadas por todo o roteiro trilhado e é absolutamente honesto para com sua proposta original.  Se isso não basta, se uma pausa a convite é suficiente para desestimular um potencial patrocinador, então estamos mesmo fadados a seguir sem apoio até onde minha grana der.

A este respeito está em elaboração, nas mãos de meu fiel escudeiro para assuntos programáticos, meu sobrinho Cauê, uma modificação na apresentação sutil mas alvissareira:  sai a página “Quero Colaborar”, que nunca rendeu frutos, e entra uma campanha “Adote um dia”, com a qual espero poder levantar fundos de forma mais eficiente junto a pessoas físicas.

Entendo que se, para minha suprema alegria, este site tornou-se um ponto de visita a tanta gente, uma novela bem-vinda a ser seguida capítulo a capítulo, então é justo que eu espere algum apoio concreto de quem com ele se identifica e o segue.  E isso em uma base regular, de forma a permitir o prosseguimento do projeto, ainda que sem maiores respaldos empresariais. Se todos derem um mínimo, juntos manteremos vivo este reality show com benefícios.

Enquanto isso, claro, continuaremos esperançosos de que algum patrocínio oficial também se dê, porque seria a profissionalização definitiva de nossos esforços. Como eu pedalo mas não envio e-mails de apresentação às empresas, devo confiar que alguma pessoa, algum dia, em algum lugar, de alguma maneira, irá fazer com que este milagre aconteça.  Conto com todos e com as forças difusas do Universo. Ou, como diriam os Titãs em “Epitáfio”… o acaso vai me proteger.

Basta!  Como o post de ontem era muito bom e ficou na garganta, retomá-lo-ei agora.

Outra noite mal dormida, num quarto abafado cheio de baratas mortas (porque pedi que passassem um inseticida, senão estariam vivas) que me obrigou a inaugurar o mosquiteiro, que revelou-se utilíssimo…

… e já me levantava para um novo dia de pedaladas, de capital a capital.  De Coronel Oviedo, capital do departamento de Caaguazu para Caacupé, capital do departamento de Cordillera, 80 kms distante pela mortal Ruta 2, que é continuação da assassina Ruta 7 e que no Google Maps consta como sendo Pan American Highway.  Antes de sair, porém, fiz uma rápida visita ao mercado público de Oviedo, um delicioso caos urbano a estender-se por diversos quarteirões…

… onde tomei café.

Às 08:45 hs, enfim, com todos os preparativos concluídos, lancei-me ao asfalto.

Preocupava-me o sol, que a esta tenra hora da manhã já prenunciava uma jornada abrasadora.  Esperava encontrar peregrinos caminhando pelo acostamento em direção à sagrada cidade de Caacupé, na qual dia 8 próximo comemora-se o dia da Virgen de Caacupé, o ponto alto do catolicismo paraguaio.  Mas não encontrei ninguém. O que, sim, encontrei, foi uma reta de 15 km…

… que pelos sinais não deixava dúvidas quanto à sua extrema periculosidade.  A estrada tornava-se mais e mais ameaçadora.

O entorno mudou radicalmente.  Da rodovia superpovoada que estava habituado a ver, a estrada tornou-se um asfalto em meio a muito poucas edificações.  Uma parte de mim prefere assim.  Das muitas vaquinhas esparsas amarradinhas por uma cordinha, agora via uma grande boiada sendo tocada pelos peões.

E aí o sol aberto já torrava.  Com quase 40 kms rodados, parei para tomar algo frio, que a água de minha caraminhola estava quase a ferver. Na loja de conveniência de um posto fui recebido pela Tati, que com seu sorriso fascinante me ofereceu do delicioso tereré com menta e boldo que tomava em sua cuia cor-de-rosa.  Juntamente com Juan, seu colega de trabalho, fotografamo-nos para a posteridade.

Entrei assim em San José de los Arroyos.

Pouco adiante, vencida a cidade, parei para almoçar minhas maçãs e bananas.  Pela primeira vez, senti a necessidade de tirar, além do capacete e das luvas, também a camisa, que a essa altura já estava ensopada.

Daí em diante começou a ficar muito difícil a pedalagem.  Não pelo caminho, que era relativamente plano, ou pelo cansaço, que não havia.  Mas pelo rápido descarregar das energias causado pelo calor excessivo. Seguiam-se os povoados, alguns cujo nome não vi e que sequer constam no mapa.

Cheguei um pouco além, em Itacuruby de la Cordillera, e já parei novamente.  Enquanto aguardava o corpo esfriar um pouco, tomando mais um litro de água sob a sombra de uma árvore, uma garota da venda, Alícia, ousadamente decidiu experimentar a esquisita bicicleta que do nada aparecera.  Diverti-me vendo-a fazer progressos.

De volta à Ruta, tive de fazer meia-volta para apreciar de perto outro fenômeno natural totalmente novo para mim: uma teia de aranha cujos fios iam de uma árvore à outra, num comprimento total de uns 10 metros. Numa das árvores, um ninho de tecido repleto de aranhazinhas. Tentei capturar essas imagens, mas meu equipamento não está preparado para imortalizar tais detalhes.  Fica aí a tentativa e atentem ao ninho, à direita na primeira foto…

Passada a entrada para Eusébio Ayalla, vejo uma placa dizendo “Tenemos Ensalada de Frutas”, e as saladas de frutas do Paraguai são deliciosas, porque levam soda e se tornam, assim, mais para beber do que para comer.  Parei uma vez mais e com sofreguidão tomei 3 em seguida.  Faltavam módicos 24 kms para Caacupé, cujo nome significa algo como “Trás-os-Montes”.

Mas a essa altura, o cérebro derretendo sob a canícula, cada quilômetro já era um desafio.  E as paradas tornaram-se muito mais frequentes.  Na próxima, um grupo de garotos, animados pela minha presença e falando quase exclusivamente Guarani, fez questão de trazer-me, para que conhecesse, sua simpática bicicletinha em forma de moto.  Que delicia viver momentos assim!

Outras paradas após eis que, enfim, logrei entrar em Caacupé, a capital espiritual do povo paraguaio, sede da basílica de la Virgen de Caacupe, ou La Virgencita, como é carinhosamente chamada.  Tomando a milésima garrafa de água na conveniência refrigerada do primeiro posto que encontrei, liguei para o Carlos, cunhado do Javier, que trabalha com o Rafael, de Ciudad del Este.  Ele deveria me conduzir até a casa que o Javier mantém na cidade e onde eu me instalaria.  Se alegrei-me por conseguir contatá-lo, sua resposta não foi das mais animadoras: “Estou trabalhando longe da cidade e só estarei aí por volta das 8 da noite”.

Eram cerca de 3 da tarde.  Para quem estava todo melado de suor, com o sangue quase em ebulição nas veias, louco por um banho frio, foi um duro golpe.  Mas nada que comprometesse o bom-humor.  Saí pedalando para explorar a cidade e, claro, fui direto à praça da basílica, onde um clima festivo instalava-se nas expectativa da tão aguardada festividade nacional.  Dos alto-falantes da imponente igreja chegavam-me cânticos maravilhosos entoados, soube depois, ao vivo sob a nave.

E então, não sei se por obra da Virgen de Caacupé ou do santo padroreiro dos pedaladores, vejo uma placa numa tenda ao lado da basílica dizendo: “Baño y Ducha”.

Uaaauuuu!!!  Embodoquei-me com bicicleta e tudo e em minutos já me achava esfriando o corpo sob um inacreditavelmente delicioso jorro de água fria.

Troquei a roupa “de pedalar”, nojenta a esta altura, pela “de sair”, fresquinha e saí para a rua disposto a sacar fotos da cidade e adiantar este post n´algum cyber quando…  BRUUUUUMMMMMMM… uma, duas, milhões de gotas despencando do céu num temporal tropical.  Deu tempo de fazer apenas uma foto “a seco”…

… e já o toró constrangia-me a aguardar seu amainamento sob o toldo de uma das vendas do entorno da igreja.

Foi nessa hora que chequei meus e-mails através do Smartphone e constatei que minha anunciada visita ao Brasil houvera causado um respeitável quiproqüó nos comentários.  Que bom, estamos vivos enquanto projeto de midia.

Por fim, após conseguir numa lan-house próxima redigir algumas linhas em resposta aos fatos , recebi um telefonema do Carlos que possibilitou nosso encontro poucos minutos depois. Muito simpático, ele me levou à casa onde eu ficaria, fechada devido aos seus donos, Javier e família, estarem levando a vida em Ciudad del Este.  Javier trabalha com Rafel, na Usina de Itaipu.

A casa, um palacete para os já modestíssimos padrões deste repórter, era muito grande e confortável. Pude enfim estacionar a magrela após um dia de excelentes serviços prestados.  Dali seguimos de volta ao centro, para o jantar, e acabamos a noite tomando cerveja com amigos num bar agitado. 

Aprendi muito de guarani durante este encontro, já que não paro de perguntar, nem eles de explicar. Aguyje! Bem ao meu estilo, saí caindo de sono quando eram umas 23:30 hs, deixando-os para as saideiras, que só findaram por volta das duas da manhã, como vim a saber.

Um dos que mais me ensinavam era o Christian, que hoje pela manhã voltou à casa para ofertar-me um almoço na churrascaría do João Carlos, um brasileiro que há 20 anos vive no Paraguai.

Depois disso ainda levou-me para conhecer uma simpática cidadezinha próxima, Tobati (Toba = rosto, Ti =nariz, em Guarani).

E agora estamos uma vez mais martelando teclados estrangeiros, que me obrigam a escrever com o mapa de caractreres aberto por não possuirem “@” e não permitirem a grafia de “ã” ou “õ”.  Convenhamos, faz parte.

 

RESUMO CICLÍSTICO (ontem):

DATA: 29. Novembro. 2011 / Terça-feira
LOCAL: Caacupé, Cordillera (Paraguai), ALTITUDE: 180 m
PAISES: 2
POUSOS: 26
TEMPO: Dia muito ensolarado
TEMPERATURA: 20ºC a 39ºC
KMs PEDALADOS HOJE: 80 km  (Coronel Oviedo a Caacupé)
PAVIMENTO: acostamento, com lombalditas
MÉDIA: 10 km/h
VELOCIDADE MÁXIMA: 50 km/h
HORÁRIOS PARTIDA / CHEGADA: 08:45 hs / 15:00 hs
OCORRÊNCIAS: nada
TOPOGRAFIA: plano
CONDIÇÃO FÍSICA: Boa, mas com retorno de forte crise de cervicobraquialgia.
DIAS DE ESTRADA: 88
DIAS PARADO (em reportagem, turismo ou descanso): 67
KMs PEDALADOS ACUMULADOS: 1.597 km
QUILOMETRAGEM TOTAL PERCORRIDA (inclui ar + mar): 1.597 km

 

 

RESUMO CICLÍSTICO (hoje):

DATA: 30. Novembro. 2011 / Quarta-feira
LOCAL: Caacupé, Cordillera (Paraguai), ALTITUDE: 180 m
PAISES: 2
POUSOS: 26
TEMPO: Dia ensolarado
TEMPERATURA: 18ºC a 35ºC
KMs PEDALADOS HOJE: 0 km
PAVIMENTO: –
MÉDIA: –
VELOCIDADE MÁXIMA: –
HORÁRIOS PARTIDA / CHEGADA: – / –
OCORRÊNCIAS: nada
TOPOGRAFIA: plano
CONDIÇÃO FÍSICA: Fortes dores no braço esquerdo.
DIAS DE ESTRADA: 89
DIAS PARADO (em reportagem, turismo ou descanso): 67
KMs PEDALADOS ACUMULADOS: 1.597 km
QUILOMETRAGEM TOTAL PERCORRIDA (inclui ar + mar): 1.597 km

\\ comentários

  1. mrsouza73

    Élcio, uma dica… usei ao atravessar o Atacama… uma meia envolvendo a caramanhola eventualmente molhada mantém a água fresca (princípio básico de qualquer refrigerador: O líquido ao evaporar perde calor). Acho melhor perder um pouco de água (que se carrega a muito custo) pra molhar a meia mas que refresca mais ao beber.
    Abs.

    • Elcio

      Pois é, Souza… já sabia dessa dica após uma palestra do Fantinatti que assisti. Tenho de criar vergoha na cara e fazer. (A liçao sabemos de cor, só nos resta aprender… como disse Beto Guedes). Minha unica duvida é se seria melhor um tecido branco ou negro.

  2. marcia cherubin

    Elcio….grande beijo meu camarada….torço todos os dias..para ti….

  3. Lucila

    Recebeu as notícias, mandei por e-mail.Bjssss.E a viagem continua.

  4. Clebson Melo - Natal/RN

    Concordo com vc … aquele sorriso é encantador.
    Gostei do relato de hoje.

  5. Joe - UK

    “Santo padroeiro dos pedaladores” foi de acabar! 🙂
    Porque não acerta pra alguém em SP te mandar algum tipo de “souvenir” pra vc vender e ajudar no projeto? Talvez uma camiseta ou boné com o teu “logo” e website, tenho certeza que ajudaria na divulgação também.
    Enviei uma mensagem ontem no teu celular, porém não sei se recebeu? Grande abraço .

    • Elcio

      A idéia é boa, Joe… envolve gente, é complicado. Mas é boa. Nao recebi tua mensagem. Tenta de novo, plz

  6. Veralice

    Elcio oiii!
    Nossa esse post tá recheado de fotos interessantes e assuntos que adoraria comentar, mas ficaria muito longo sou falante por natureza e pra escrever sou pior ainda rsss
    Vamos lá: Vencida essa estapa da estrada perigosa, bonita com sua paisagem rural, melancias, vaquinhas e etc mas preocupante quanto a segurança! Chegou bem…isso que importa.
    Sua foto com a banana é ótima, mostra você totalmente integrado com a natureza rsss adorei!
    A foto com as crianças é uma graça, momento marcante, quando elas crescerem vão contar que conheceram um ciclista viajante que pelas bandas de lá passou e as fotografou!
    Festas nas praças sempre são divertidas, queria ta aí e participar dessa ocasião 🙂
    Que bom que tenha uma casa pra ficar, pessoas que te receberam e pôde passear pelos arredores… gostei de tudo, feliz por você tá bem!
    Beijo e fica com Deus!

  7. Augusto

    Calor escaldante, kms sem fim, garotas, cerveja… é disso que o povo gosta, hehehe… confesso que esse post me deixou com inveja, eu iria achar divertido demais passar o dia pedalando, procurando um jeito de me refrescar, pra chegar numa cidade desconhecida pra mim, porém emblemática de uma nação, e ainda por cima a tempo de vivenciar uma grande efeméride local. Pra não falar de ter uma mansarda à minha espera e um grupo de locais a fim de tomar cerveja… seus apoiadores aí estão demais. Viva o Paraguai e os paraguaios!

  8. Augusto

    Ah, esqueci: Essa Caacupé tem jeito de ser uma antiga missão jesuítica que acabou virando cidade. Será que dá pra assuntar por aí se é isso mesmo?

    • Elcio

      Assuntei. Dois caacupeños que estavam comigo à mesa disseram que essa informaçao nao procede, Augusto. Nao tive meios de checar mais a fundo.

  9. Edélcio - Dédo - El caacupeño

    Estou encantado com muita coisa aí no Paraguai. A língua, a natureza, a vida singela, a tranquilidade (hasta ahora) e principalmente o povo sereno e hospitaleiro.
    Percebi – salvo engano – que o guarani é muito falado mas pouco escrito. Nas placas da estrada, nos mercados e nas barracas das feiras não vi essa bela língua.
    Vou aproveitar para te pedir para me satisfazer um curiosidade que enriquecerá minha prazerosa cultura inútil: Dizem que a palavra portuguesa “saudade” não tem tradução. Há anos, um médico paraguaio me disse que em guarani há não só uma mera tradução, como diversas palavras que significam várias acepções desse sentimento. Agradeço sua colaboração.
    Abração.

    • Elcio

      Grande Dédo… vc tocou num ponto nevrálgico. Nao há muitas placas porque no fundo existe um preconceito interno contra quem se expressa em guarani. Embora todos o falem (com exceçao das classes mais elevadas de Assunçao), o espanhol é a lingua considerada culta. Alem disso, ninguem sabe escrever o guarani porque o aprendem empiricamente. Isso vem mudando, porque desde que foi reconhecida como segunda lingua oficial do país, em 92, passou a ser ensinada nas escolas. Mas um amigo me diz que sua filha o estuda para passar no exame mas nao o domina, algo como ocorria com o estudo do latim, no Brasil, hace algunos años. Para compicar, há dois guaranis: o mesclado (50% de palavras espanholas), utilizado pela maioria da populaçao, e o Guarani Ete, puro, que pouca gente domina. Quem só fala o primeiro nao entende o segundo. As pessoas aqui nao souberam dizer-me se o Guarani esta crescendo ou definhando. Jajotpata!

  10. Andréa Lopes

    heheheh…..não vale nada!
    Bjoo

  11. Eliane Cristina Barni

    Élcio, quando for chamar a galera do violão e da gaita no Natal aqui em Sampa, chama também a da voz! ;•) Bj, Queridão!

    • Elcio

      Hum hummm… (limpando a garganta), pracratrá pracratrá pracratrá (destravando a lingua), brrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr (soltando os lábios), Na Glóoooriaaaaaaaaaaa (esquentado a voz). Tudo isso prá te dizer, em dó maior, Xácomigo, querida 🙂 bj

  12. Rafael Casachi

    Hola mi amigo,
    La ciudad es muy agradable. Buena Estancia y hasta luego.
    Rafa

    • Elcio

      A Caacupé te refieres? Pues… una de las más agradables que he conocido en este viaje. Por supuesto, he tenido suerte en llegar justamente ahora, cuando la ciudad está llena de gente y movimiento. Pero sin duda aca me siento más alegre.

  13. Prof. Ivo José Triches - do Grupo Itecne

    Élcio! A partir de janeiro de 2012 vou começar a lhe ajudar na pessoa Física. Vc dará essa volta ao mundo levando vida ás pessoas e buscando formas de vidas para que nós que nós que lhe acampanhamos também possamos crscer. Alargar nossos pensamentos. Gratidão.
    Depois que terminar que concretizar seu objetivo, espero receber sua visita aqui em Cascavel no oeste do Paraná para ver as orquídeas que crescerão muito…Caminhamos juntos na busca do BEM!

    • Elcio

      Professor, além de estar divulgando exemplos de boas práticas e admiráveis iniciativas, como a sua em espalhar flores, meu segundo grande prazer é ver este projeto gerar credibilidade a ponto de receber uma mensagem como esta. Saiba que é um projeto nosso e que a cada dia mais se consolida graças a espíritos elevados como o seu. Muito obrigado.

  14. oRafael

    Hola Edélcio,la traducción de “saudade” en guaraní es “techaga’u” o “hechaga’u”. El significado de “jajotopata” es “hasta la vista”, en portugués sería “ate breve”.
    Maitei.(saludos.)

  15. Rafael

    Hola Augusto, no existen datos muy precisos sobre el origen de la ciudad de Caacupe.Existen varias ciudades en los alrededores que fueron creadas por los Franciscanos entre los siglos 17 y 18. Las reducciones jesuiticas estaban más al sur.Abrazos

    • Elcio

      Hola, Rafael y Augusto. Quiero decir que a lo mejor alguna cosa de jesuítico hay por acá. Digo eso porque he visto las pinturas con jesuítas em Marianela, que esta muy cerca, en Atyra, 15 kms nomás.

  16. O leitor

    Muito legal o post Élcio. E guarani me parece difícil não? Parece que quando tudo tende a dar errado algo de bom acontece,como o caso do banheiro. Tomara que continue assim. Abs

    • Elcio

      O guarani tem sido um desafio. Teria imenso prazer de encarar, tivesse eu mais tempo neste saboroso país.

  17. Edélcio - Dédo - El caacupeño

    Putz, que aula!
    Então deixe-me estender um pouco.

    Quando o Marquês de Pombal perseguiu a Companhia de Jesus, na verdade expulsou os jesuítas, que eram os que ensinavam o tupi nas escolas da colônia. Mas ela persistiu até o final do século XIX. Era chamada de Língua Geral no Sul e Nheengatu no Norte. Creio ter sido semelhante a esse Guarani Mesclado.

    Meu interesse vem em função da quantidade de topônimos, nomes de acidentes geográficos, vegetais, termos que hoje fazem parte da nossa língua e constam nos dicionários, além de fazer parte de um bom naco do falar caipira da minha região.

    Por experiência afirmo que quem fala o Guarani entende perfeitamente quem fala o Tupi, de maneira que se não for a mesma língua é um dialeto próximo.

    O Dr. Oscar – aquele médico a que me referi no post acima – me disse que seus pais o proibiam de conversar em guarani com os coleguinhas de primário na década de vinte. Mas não se consegue proibir crianças, de forma que ele não só aprendeu a falar, mas procurou escrever, o que foi difícil por falta de literatura. Disse que lhe foi extremamente útil ao formar-se em medicina, pois foi lotado no interior, onde o espanhol não era entendido. E mais. Quando retornou a Assunção, percebeu que era mais difícil diagnosticar junto aos que falavam somente espanhol por que o guarani é mais perfeito para expressar sensações e sentimentos. “Quando uma mulher me dizia que estava com dor de barriga em guarani, ela usava expressões que me orientavam muito melhor do que uma senhora de classe de Assunção”.

    Houve um caso curioso e divertido entre nós. Ele havia comprado uma chácara e me pediu uma placa para por sobre o portão. Apenas a palavra “Karayroga” que significa “Casa Abençoada ou Casa do Senhor”. Caprichei e, na outra semana ele foi buscar, porém levou a mulher com quem estava, digamos, em segundas núpcias, uma semi-jovem ascendente social, que ele conhecera em Ibiúna. Na hora em que ela viu a palavra disse: “Cê tá doido, Oscar, botar esse palavrão no portão!”
    Talvez em português não soasse tão romântico como para ele soava.

    Por fim, gostaria de lhe fazer uma encomenda. Comprar um dicionário – o melhor que houver – guarani-castelhano. Eu lhe ressarço na sua chegada. Apenas peço para que não compre aquele cujos autores são Antonio Guash & Diego Ortiz, pois esse eu já mandei vir.
    Fraterno abraço.

    • Elcio

      Dédo, por coincidência acabo de ganhar do Christian justamente um excelente dicionário guarani-castelhano-guarani, que em breve estará em tuas mãos. Abração Arabal

  18. Edélcio - Dédo - El caacupeño

    Hola Rafael! Gracias. Então há uma outra língua que tem esse significado. Uma pena nós brasileiros não conservarmos essa língua que já falamos um dia. Abrazos y jajotopata.

  19. Sadi Moro

    Postagens maravilhosas. Aquela garota testando a bici, a felicidade daquelas lindas crianças, o tererê com aquele simpático casal, a hospitalidade de nossos ermanos PY. Sensacional. Fico contente em ver nossos Cascavelenses te seguindo, como disse o Prof Ivo: caminhamos juntos na busca do bem. Conte com meu apoio e contribuição. Ainda vamos tomar umas por aqui. Abçs.

  20. Vitorio Mainard

    Olá garotão.
    A Tati é uma gracinha.
    O Paraguay uma tremenda surpresa, nosso vizinho mal falado injustissimamente.
    Ainda bem que vc esta revelando esta verdade…
    Bjs.

  21. Deladier Mazzini Junior

    Elcio, sou amigo do Flávio seu sobrinho sua viagem é um pouco do que acho todo mundo tem vontade de fazer, mas não tem coragem, saiba que estou me deliciando com os caminhos e histórias, boa sorte!

    • Elcio

      Valeu, Deladier. É um prazer para mim saber que pessoas que não conheó também curtem o site do projeto. Por favor, divulgue, Seja bem-vindo e abração.

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